Entenda golpe de falso médico que vaza dados de pacientes de hospital de BH
27/07/2025
(Foto: Reprodução) Parentes de pacientes internados no João XXIII são vítimas de tentativa de estelionato
Criminosos têm se passado por médicos do Hospital João XXIII, que fica na região Centro-Sul de Belo Horizonte, para enganar familiares de pacientes internados em estado grave na UTI.
Os golpistas, que possuem os dados sigilosos como nome do paciente, contato de emergência e estado de saúde, pedem dinheiro via PIX para exames supostamente urgentes.
As vítimas relatam que os estelionatários agem com calma e persuasão, e se identificam com nomes e cargos falsos. Em um dos casos, o criminoso afirmou que a paciente estava com uma bactéria e que o tratamento particular custaria R$ 3.900,00.
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“Ele foi muito tranquilo, explicou tudo com detalhes. Só desconfiei quando cheguei ao hospital e fui alertada pela equipe sobre golpes semelhantes”, contou a sobrinha de uma paciente, que preferiu não ser identificada.
Em outra tentativa de golpe, a mãe de uma paciente chegou a providenciar o dinheiro. Mas a filha, profissional da área da saúde, percebeu as inconsistências.
Quando as vítimas demonstram resistência, os criminosos chegam a fazer ameaças veladas. “Disse que eu não sabia o que poderia acontecer com a minha mãe dentro do hospital”, relatou uma das mulheres abordadas.
Vazamento de dados em investigação
Familiares procuraram a direção do Hospital João XXIII e a Polícia Civil, para entender como os criminosos conseguiram acessar informações tão detalhadas dos pacientes.
Uma das vítimas disse que um policial militar teria registrado cinco boletins de ocorrência em um único dia, todos com vítimas do mesmo golpe, envolvendo pacientes da unidade hospitalar.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela unidade, informou que segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e que orienta regularmente seus servidores sobre a importância do sigilo.
O diretor do Complexo Hospitalar de Urgência, Fabrício Giarola, confirmou que uma investigação interna foi aberta para apurar se houve vazamento de dados ou se os criminosos agiram com base em informações obtidas de forma indireta.
“Ainda não sabemos se houve de fato um vazamento ou se alguém se passou por servidor com uma informação básica e conseguiu acesso aos dados. Estamos apurando o que ocorreu”, disse Giarola.
A Polícia Civil informa que o crime de estelionato precisa de representação das vítimas para que o inquérito seja instaurado. Então, além de registrar o boletim de ocorrência, quem recebeu uma ligação do falso médico tem que formalizar a denúncia em uma delegacia, levando documentos, prints e outras provas que possam ajudar nas investigações.
Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte
Reprodução/TV Globo
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