Hospital Regional de Mariana será financiado com recursos do acordo de reparação da tragédia, anuncia governo
13/06/2025
(Foto: Reprodução) Investimento de R$ 220 milhões está previsto no repasse de R$ 170 bilhões às cidades atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão. Governo federal divulga investimentos para Minas Gerais
O Hospital Regional de Média e Alta Complexidade de Mariana será construído com recursos do novo acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.
O Governo Federal confirmou, nesta quinta-feira (12), que a obra faz parte dos R$ 170 bilhões previstos no termo de repactuação, homologado em novembro do ano passado. O hospital deverá começar a funcionar três anos após o início das obras.
O investimento será de R$ 220 milhões, e o hospital será vinculado à Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Segundo o reitor da instituição, Luciano Campos, a unidade hospitalar será fundamental para a formação na área da saúde, beneficiando não apenas Mariana, mas toda a região.
“É fundamental pra universidade, que vai qualificar a sua formação, sobretudo na área de saúde. É importante pra cidade, mas eu diria até mais: é importante pra toda a região, porque é um hospital de grande porte, que não se limita só a Mariana”, afirmou o reitor.
A prefeitura de Mariana se comprometeu a doar o terreno para a construção e a destinar R$ 20 milhões como contrapartida. De acordo com o prefeito Juliano Duarte (PSB), a obra representa a concretização de um antigo desejo da população local.
Mariana (MG)
Reprodução/TV Globo
Anúncio em evento com a presença de Lula
O anúncio foi feito durante cerimônia realizada no município, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros, parlamentares e representantes dos atingidos pelo desastre ambiental.
Além do hospital, o evento anunciou outros investimentos em Minas Gerais e no Espírito Santo, também com recursos do novo acordo.
O novo termo de repactuação entrou em vigor em março deste ano e prevê o repasse dos R$ 170 bilhões para 49 municípios atingidos pela lama.
A negociação foi feita após críticas sobre a insuficiência das ações de reparação definidas em 2016, um ano após o rompimento da barragem da Samarco, que deixou 19 mortos e será lembrado pelos 10 anos da tragédia em 2025.
Até o momento, as mineradoras Vale, BHP e Samarco já pagaram R$ 38 bilhões em indenizações e ações de reparação ambiental. O restante será pago de forma parcelada ao longo dos próximos 20 anos.
Com a extinção da Fundação Renova, a responsabilidade pela implementação das medidas de reparação passa a ser da União, dos estados, das prefeituras dos municípios atingidos e das mineradoras envolvidas.
Entre as obrigações previstas estão o reassentamento dos moradores dos distritos impactados. Uma das atingidas, Marli Aparecida Silva, moradora de Barra Longa, expressou a expectativa de finalmente ter uma nova moradia.
“Esperança de ter uma casa de novo, que eu tinha uma casa e hoje não tenho. Espero que mude agora”, disse a atingida.
Outras ações anunciadas incluem obras de abastecimento de água e saneamento básico na Bacia do Rio Doce, investimentos em assistência social, agricultura familiar, desenvolvimento agrário, transferência de renda para pescadores e recuperação ambiental.
Marli Aparecida Silva, atingida e moradora de Barra Longa.
Reprodução/TV Globo
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