Zema reage após ter sido convocado a depor na CPMI do INSS e fala em 'retaliação eleitoral'
05/12/2025
(Foto: Reprodução) Zema é convocado pela CPMI do INSS para depor sobre consignados
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se manifestou em um vídeo publicado nas redes sociais após ser convocado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes em descontos indevidos no INSS.
A CPMI do INSS aprovou a convocação do governador para depor sobre a atuação de uma empresa da família dele em empréstimos consignados. A data do depoimento ainda será marcada. (relembre abaixo)
Na gravação, Zema afirmou que a decisão da comissão tem “motivação eleitoral”, classificou a convocação como uma retaliação e declarou que a empresa de sua família “nunca foi investigada por nada”.
“Essa convocação para a CPI não é de forma alguma busca pela verdade. É sim uma retaliação eleitoral contra um pré-candidato que parece estar incomodando muito", afirmou o governador.
No pronunciamento, o governador disse que não há qualquer suspeita formal citada no ofício enviado pela CPMI e argumentou que o caso estaria sendo usado por adversários políticos do PT. Ele afirmou ainda que não será intimidado e que pretende prestar os esclarecimentos necessários.
RELEMBRE: Zema é convocado pela CPMI do INSS para depor sobre consignados
Zema reage à convocação da CPMI do INSS e diz em 'retaliação eleitoral'
A convocação
A convocação de Zema foi aprovada pela CPMI em votação simbólica. Como se trata de convocação, e não convite, o governador é obrigado a comparecer para depor. A data ainda será definida.
O requerimento foi apresentada pelo deputado Rogério Correia (PT), que defende a oitiva do governador porque uma empresa do grupo familiar dele aparece nas investigações sobre empréstimos consignados a aposentados e pensionistas, tema central da comissão.
As apurações envolvem ofertas de crédito consignado, a atuação da empresa no período analisado e os resultados obtidos após a medida provisória que autorizou empréstimos descontados diretamente do Auxílio Brasil.
A CPMI foi aberta após a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), identificar um esquema que teria causado prejuízo superior a R$ 6 bilhões a beneficiários do INSS.
Durante a sessão que aprovou a convocação, parlamentares aliados ao governador defenderam que ele fosse apenas convidado, para que tivesse liberdade de decidir se compareceria.
Segundo esse grupo, a convocação seria uma quebra de praxe institucional e desnecessária, já que Zema teria manifestado disposição de ir voluntariamente.
Já parlamentares da oposição argumentaram que o convite abriria brecha para evitar o depoimento e que a convocação garantiria a obrigatoriedade de esclarecimentos.
A CPMI também analisou um requerimento para solicitar relatórios financeiros ao Coaf e quebrar os sigilos bancário e fiscal da Zema Crédito, Financiamento e Investimento S/A. O pedido foi rejeitado.
O texto justificava a medida apontando o risco de fraudes envolvendo crédito consignado e citava que a instituição foi uma das autorizadas a ofertar empréstimos descontados diretamente do Auxílio Brasil, prática posteriormente auditada pela CGU.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, em visita a Ribeirão Preto (SP).
Sergio Oliveira/EPTV
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